Consulta Multidisciplinar da Diabetes na Criança e Adolescente colocou os primeiros dispositivos
O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) viu a sua candidatura aprovada pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no âmbito do Programa Nacional para a Diabetes, e é, desde janeiro de 2018, Centro de Tratamento de Dispositivos de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina (PSCI).
Foram atribuídos ao CHTS, para o ano de 2018, um total de 14 dispositivos de PSCI, usualmente chamados de “bombas de insulina”. A colocação será feita de forma faseada, tendo as duas primeiras “bombas de insulina” sido aplicadas a 16 de julho e ontem, a 6 de agosto, foram entregues mais três dispositivos a três crianças, de cinco e seis anos, com diabetes tipo 1.
O Simão, a Rita e a Inês receberam assim uma “bomba de insulina” que lhes permitirá uma melhoria da qualidade de vida, uma vez que este dispositivo dispensa a administração de múltiplas injeções por dia, e uma melhoria do controlo glicémico, pois imita de uma forma mais próxima a secreção fisiológica de insulina pelo pâncreas. Os pais tiveram que passar por um processo de formação de 16 horas para aprender a lidar com este novo dispositivo.
Susana Lira, responsável pela Consulta Multidisciplinar da Diabetes na Criança e Adolescente, destaca “o facto de o nosso hospital ter, agora, a possibilidade de oferecer aos doentes portadores de diabetes tipo 1 esta modalidade de tratamento, constitui um importante avanço na qualidade assistencial a esses doentes da nossa área de influência, especialmente às crianças e jovens”.
Edite Tomás, diretora do Serviço de Pediatria e Neonatologia, aponta como vantagem tratar-se de “um método menos invasivo, menos doloroso e muito mais fisiológico e com maior qualidade de vida”.
Carlos Alberto, presidente do Conselho de Administração, salienta a importância de ser Centro de Tratamento porque, “se não fosse aqui no nosso centro hospitalar, estas crianças e famílias tinham que se deslocar para sítios mais distantes da sua área de residência e fazer aí também o acompanhamento”.
A diabetes tipo 1 é a mais comum entre as crianças e jovens. É uma doença autoimune, em que o pâncreas não consegue produzir a insulina necessária, obrigando a tomas de insulina obrigatórias.
No âmbito do Programa Nacional para a Diabetes, o Ministério da Saúde pretende que, até ao final de 2019, todas as crianças até aos 18 anos com diabetes tipo 1, inscritas na plataforma da DGS, tenham acesso gratuito a tratamento com estas “bombas de insulina”.