No âmbito do 20.º Congresso do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), realizado a 29 e 30 de novembro, no Porto, foi atribuído o prémio “AVC e Investigação Clínica 2019” à Unidade de AVC do Serviço de Medicina do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS).
“Trombectomia Mecânica e Independência Funcional: comparação dos ensaios clínicos com o mundo real – Análise de 3 anos” foi o trabalho distinguido e no qual a atividade e os resultados da Unidade foram comparados aos cinco principais estudos internacionais sobre a trombectomia mecânica.
Os resultados da Unidade de AVC foram superiores aos apresentados nos estudos, tendo-se concluído que utilizando esta técnica, o cateterismo das artérias cerebrais, os doentes regressam ao domicílio com autonomia recuperada e independência funcional.
Para Carlos Alberto, presidente do Conselho de Administração do CHTS, este “é um prémio que nos enche de orgulho e que dá corpo à estratégia de valorização crescente que se pretende para servir cada vez melhor a nossa população”.
O Congresso do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral é um dos maiores congressos da SPMI, sendo anualmente atribuídos 3 prémios na área do AVC. Além do CHTS com o prémio
Investigação Clínica, foram também distinguidos o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central e o Centro Hospitalar Universitário de São João, com os prémios Inovação e Dinamismo e Investigação Básica, respetivamente.
Mari Mesquita, diretora do Serviço de Medicina Interna do CHTS, sobre a importância do prémio, salienta três aspetos: “Trata-se de um prémio de investigação clínica. É um estudo retrospetivo baseado no que são hoje as melhores práticas para tratamento do AVC, onde comparámos grandes estudos com a nossa realidade”.
“O que foi premiado foram os nossos resultados que, nos últimos 3 anos, foram superiores aos resultados destes estudos, ou seja, há aqui outra vertente importante, a da excelência clínica. Tratamos muito bem os doentes, utilizando uma das melhores técnicas, permitindo que regressem ao domicílio, à sua vida profissional e pessoal, com autonomia”.
“Tal como todos os doentes que passam pela Unidade, estes doentes foram seguidos na Consulta Externa durante um ano, foram avaliados e verificámos que mais de 50% dos doentes tinha autonomia funcional.”
“O terceiro aspeto muito importante é a formação. Temos mais de 20 internos no Serviço e este trabalho conta também com a participação de médicos internos. O prémio, uma bolsa de estágio, com a duração de três meses, num centro de referência mundial, em Oxford, será um interno a usufruir,” conclui a diretora de Serviço.
Vítor Fagundes, coordenador da Unidade de AVC do CHTS, deixa o alerta: “No AVC, é importante o reconhecimento dos sinais e sintomas e ligar de imediato o 112 para que a emergência médica possa socorrer e fazer o transporte até ao hospital, onde será acionado o tratamento adequado ao doente.”
Sobre a Unidade de AVC do CHTS
A Unidade de AVC do CHTS iniciou a sua atividade em julho de 2009, foi criada após a implementação da Via Verde AVC na instituição, e nos últimos três anos foram internados nesta unidade mais de mil doentes.