O Município de Lousada está a efetuar ações que visam a proteção das andorinhas-das-barreiras, uma espécie migratória, que este ano construiu várias mega-colónias ao longo da Paisagem Protegida Local do Sousa Superior (PPLSS)
A andorinha-das-barreiras (Riparia riparia) é a mais pequena das cinco espécies de andorinhas que nidificam em Portugal. É a única que escava os seus ninhos, tipicamente em taludes verticais arenosos ou barrentos, em vez de os construir. Por este motivo, é capaz de, momentaneamente, beneficiar das alterações paisagísticas que derivam das atividades humanas, criando novos locais de reprodução.
É uma espécie migratória protegida por lei e, tal como as restantes andorinhas, pode voar mais de 10 mil km a cada migração. Encontra-se em Portugal entre março e setembro, estando em latitudes mais quentes de África durante o período de inverno em território nacional. A dieta é, fundamentalmente, composta por insetos, que caça sobretudo sobre linhas de água, o que —
apesar de serem importantes aliados no controlo de pragas — as torna particularmente sensíveis ao uso de pesticidas e agroquímicos.
Em Lousada, estas andorinhas encontraram um santuário. Há vários anos que o projeto local de ciência-cidadã Casa-Ninho apela à população para comunicar locais de nidificação de espécies emblemáticas como a coruja-das-torres, o mocho-galego, os andorinhões e as várias andorinhas. Os ninhos identificados são monitorizados pelos biólogos da equipa Lousada que garantem a sua salvaguarda e a sensibilização da população.

Esta primavera, Lousada foi agraciada com a instalação de várias grandes colónias de andorinha-das-barreiras, uma delas com mais de 400 ninhos. Na PPLSS, a paisagem agroflorestal, a biodiversidade e a compatibilização entre as atividades humanas e a natureza ditam a agenda de trabalhos e o desenvolvimento de projetos colaborativos, que procuram resolver conflitos e promover o desenvolvimento sustentável.
A comunicação com a comunidade é outra vertente fundamental da autarquia que inclui atividades gratuitas de promoção da cultura ambiental, como o passeio BioLousada que se realizou no passado sábado, e que foi dedicado ao conhecimento e proteção das andorinhas.
A mais recente área protegida de Portugal, a PPLSS, é composta por uma matriz territorial agroflorestal de 1609 hectares, genericamente correspondendo ao vale do rio Sousa e os seus nove tributários, abrangendo administrativamente oito freguesias cuja biodiversidade é agora monitorizada de muito perto.