Igreja de Santo António dos Capuchos, Penafiel
Ver do Bago nos Santos é a segunda de um ciclo de três exposições que celebra a relação material e simbólica entre a vinha e a paisagem cultural e humana dos vales do Sousa, Douro e Tâmega. Está patente ao público, totalmente gratuita, na Igreja dos Capuchos, em Penafiel, de quinta-feira a domingo, Ver do Bago nos Santos, que sucede à exposição Ver do Bago nos Mosteiros, que esteve no Mosteiro de Santo André de Ancede, em Baião, recebendo mais de 3 mil visitante. A porta da Igreja do antigo Convento de Santo António dos Capuchos, edificada em 1664, abre as portas até janeiro de 2022, para continuar uma experiência imersiva que nos mostra como estão interligados a vinha, o vinho, o território, o divino e as pessoas.
A Rota do Românico é a protagonista e coautora de uma inesquecível viagem em três etapas em que o Território é a ideia e a Cultura o instrumento, propondo a todos um ciclo de três exposições em forma de brinde que celebra a relação material e simbólica entre a vinha e a paisagem cultural e humana dos vales do Sousa, Douro e Tâmega, num ciclo de exposições temáticas que se sucedem e completam.
Esta exposição Ver do Bago nos Santos propõe-nos uma viagem pelas manifestações culturais e artísticas do culto aos Santos do ciclo do vinho para compreender de que forma a sua produção e consumo estão relacionados com a identidade e as celebrações deste território.

Em Penafiel, poderemos experimentar, dentre outros, uma instalação criada a partir da projeção de vídeo sobre um cubo de múltiplas telas, num espaço que pode ser percorrido por cada um de nós para que possamos testar a Regra de São Bento: “Serão verdadeiramente monges se viverem do trabalho de suas mãos”, sentindo como a vida monástica assentou sobre duas coordenadas essenciais — Ora et Labora —, até hoje bem presentes nas nossas mentes.
O culto aos Santos próprios de cada período do ciclo da vitivinicultura perpassa os costumes da região, manifestando-se também nos seus rituais e expressões artísticas. Por isso, aqui, podemos observar o ostensório de São Tiago, o Santo que “pinta o bago” durante a fase de amadurecimento do vinho, e cuja importância é também evidenciada pelo relicário do século XVIII, que aqui assume a tipologia de um braço — um objeto de grande carga sagrada por ser o recetáculo de um vestígio corporal do Santo.
Em Ver do Bago nos Mosteiros, em Ancede, Baião, pudemos já compreender a produção e o comércio do Vinho Verde pelas ordens monásticas como um dos mais agregadores elementos culturais e etnográficos. Ao longo de vários séculos, o Mosteiro de Santo André de Ancede desfrutou de uma produção vinícola diversificada, sendo uma parte dela exportada para o Norte da Europa. Algumas das obras de Arte Sacra expostas na primeira exposição do ciclo Um brinde entre Deus e os Homens foram adquiridas no contexto dessas relações comerciais e financiadas pela produção do vinho.
Ver do Bago nos Santos
Igreja de Santo António dos Capuchos, Penafiel
30 de setembro (inauguração às 15h30) a 30 de janeiro de 2022
Entrada gratuita | Quinta-feira a domingo: 10h-13h e 14h-18

Última Exposição (2022):
Ver do Bago no Sangue
Centro de Interpretação do Românico, Lousada
Fevereiro a junho de 2022
Primeira Exposição (concluída)
Ver do Bago nos Mosteiros
Mosteiro de Santo André de Ancede, Baião
13 de maio a 12 de setembro de 2021
[3.500 visitantes]
O projeto “Ver do Bago” é cofinanciado pelos 12 Municípios que integram a Rota do Românico e pelo Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, no âmbito da operação “O Vinho, a Arte e os Homens”. Conta com o apoio da Diocese do Porto, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, da Direção Regional de Cultura do Norte, do Turismo do Porto e Norte de Portugal, entre outras entidades.