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Sinais de alerta – As alterações de fala e linguagem

por Joana Dias
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Joana Dias
Terapeuta da Fala. Pós-graduada e especializada em Perturbações da Comunicação, Linguagem e Fala na região do Vale do Sousa. 

As alterações de fala e linguagem constituem o problema mais frequente no desenvolvimento infantil com incidências que variam entre 2 a 19%.
1% dessas crianças, chegam à idade escolar com uma grave perturbação da linguagem.
A maioria destas crianças não apresenta outras alterações significativas no desenvolvimento, no entanto o impacto da sua permanência ao longo da idade escolar pode interferir negativamente na literacia e socialização ao longo de todo o percurso académico e até na idade adulta. A evidência afirma ainda que as crianças com atraso no desenvolvimento da linguagem ou adultos com dificuldades de comunicação, sofrem um impacto negativo não só na área da linguagem mas também em outras áreas do desenvolvimento, socialização, e interação em comunidade. Leva-nos assim a realçar a importância que a comunicação tem na vida humana.
Como tal, a detecção precoce das alterações da fala e da linguagem é fundamental, de forma a permitir a orientação para equipas especializadas de intervenção, preferencialmente na idade pré-escolar. O objectivo principal é que as dificuldades estejam ultrapassadas na altura de iniciação da escolaridade básica.

Embora todas as pessoas variem em termos de desenvolvimento, existem pré requisitos aliados à progressão natural do crescimento e surgimento de patologias. A não aquisição ou dificuldade nestas capacidades deixam-nos com a indicação de quando deverá ser realizada uma referenciação para avaliação em Terapia da Fala.

Alguns sinais de alerta mais característicos são:
• Não ter intencionalidade comunicativa, interesse pela comunicação do outro e manter contato visual;
• Ter 2 anos, dizer apenas 4/6 palavras e não formular curtas frases;
• Distorcer, trocar ou omitir sons da fala;
• Produzir frases desorganizadas, com erros ou sem sentido;
• Não perceber o que lhe é dito; • Gaguejar;
• Ter dificuldade a aprender a ler/escrever, com hesitações e erros;
• Apresentar dificuldades na introdução alimentar, ou em mastigar e/ou engolir (engasgar frequentemente);
• Apresentar alterações na compreensão e/ou expressão da linguagem decorrente de uma lesão cerebral (ex.: pós-AVC); • Apresentar rouquidão persistente;
• Ter alterações na estrutura e/ou funcionalidade dos músculos oro-faciais (ex.: decorrentes de Esclerose Lateral Amiotrófica, Doença de Parkinson).

Se identificar algum destes sinais, em si, na criança ou no outro, não hesite em procurar um profissional especializado. Relembrando sempre, que o primeiro passo para a intervenção ser bem sucedida é a precocidade.

Joana Dias
Terapeuta da Fala, pós graduada e especializada em perturbações da comunicação, linguagem e fala. 

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