Joana Dias
Terapeuta da Fala. Pós-graduada e especializada em Perturbações da Comunicação, Linguagem e Fala na região do Vale do Sousa.A ida à primeira sessão de Terapia da Fala pode ser sinónimo de novidade, curiosidade ou descoberta para todos. Para os adultos, para as crianças e para os seus pais. Principalmente quando existe o estigma que o Terapeuta da Fala só trabalha a fala…
Depois de sinalizada a alteração/dificuldade, a consulta deve ocorrer no contexto por si escolhido e no qual se sinta mais à vontade. Seja ele clínico, na sua casa ou noutro local alternativo, como a escola ou o Jardim de infância do seu filho.
O primeiro momento da consulta, será a recolha de informação, a anamnese, e nela consta toda e qualquer informação médica e de desenvolvimento, seu ou da criança em questão. Constará também o histórico familiar, o processo gestacional, assim como, os pontos fortes e áreas de preocupação.
Estas informações são de extrema importância, e constituem o ponto de partida orientador, para selecionar o meio e método de avaliação mais apropriada ao caso, e assim determinar um diagnóstico terapêutico preciso para elaborar posteriormente um plano de intervenção eficaz.
Com base na informação fornecida e na observação, o Terapeuta vai seleccionar as ferramentas de avaliação adequadas a cada caso. Esta avaliação pode ser formal, baseada em testes e provas aferidas, que serão devidamente cotadas, estudadas e enquadradas nos percentis ou pode ser de caracter mais informal, baseada num jogo ou numa conversa, em que o Terapeuta consegue explorar muito do conteúdo e conhecimentos do utente.
Uma vez concluída a avaliação, o Terapeuta elabora um relatório de avaliação que será discutido com os intervenientes. Apresentará posteriormente um plano de intervenção delineado e fará ainda algumas recomendações sobre as próximas etapas. Será discutido do mesmo modo, a duração e frequências das sessões.
As recomendações que o Terapeuta lhe fará, não serão de difícil execução, nem precisará de despender muito tempo nas mesmas. No seu quotidiano, poderá executa-las sozinho, no caminho para o trabalho ou junto com o seu filho, sem que ambos se apercebam. E estas orientações podem incluir:
- Algum encaminhamento para outros profissionais de saúde, para outras avaliações, (ex. terapeuta ocupacional, ORL…), com o intuito de complementar o diagnóstico e adequar a intervenção;
- Alguns exercícios/ jogos (de acordo com a patologia) para fazer em casa com pais, irmãos ou outros familiares;
- Algumas dicas para professores/educadores para orientar o método de comunicação com a criança e com os restantes colegas;
No decorrer das sessões de intervenção, o Terapeuta irá seguir o plano de intervenção anteriormente estipulado, e mediante os objetivos definidos, o trabalho com o utente será no sentido de restabelecer, reajustar ou desenvolver e estimular competências que já deviam estar adquiridas ou que de alguma forma se encontram perturbadas.
Estes objetivos são definidos tendo em conta a faixa etária e as capacidades que se encontram perturbadas, e seguindo a ordem cronológica de desenvolvimento esperado.