
Joaquim Luís Costa
Licenciado em Ciências Históricas, mestre e doutor em Ciência da Informação. Historiador.O território dos vales do Sousa, Tâmega e Douro, como é sabido, não tem sol nem mar que gostamos de apreciar, sobretudo quando estamos de férias. No entanto, tem outras potencialidades que devemos ajudar a divulgar durante o verão.
Os meses de verão são sinónimo de férias e de lazer. Como os concelhos dos vales do Sousa, Douro e Tâmega não são conhecidos pelo turismo de sol e mar, todos corremos para outras áreas geográficas com praias e muito sol, para apanhar vitamina D e para descansar de meses de trabalho. Fazemos muito bem. Mas, por vezes, nestes meses, damos mais atenção ao local de férias do que ao nosso concelho e território. Muitas vezes, o que é dos outros é sempre melhor. Depois, quando chegamos de férias, não nos cansamos de falar das águas quentes, da gastronomia, do património… Fazemos muito bem. Todavia, nunca se esqueça do concelho e do território onde vive. Não queira, apenas, que sejam os turistas que nos visitam a falar bem deles. Todos temos de ajudar na promoção dos doze concelhos do território onde vivemos. Por este motivo, vou deixar algumas sugestões que pode recomendar a conhecidos e amigos quando estiver férias. Temos de ser “agentes turísticos” e falar da nossa terra em outras terras.
Em relação às festas, são imperdíveis as Sebastianas, em Freamunde, de 6 a 11 de julho; em Lousada, o Senhor dos Aflitos, de 27 de julho a 1 de agosto, e a Romaria da Senhora Aparecida, de 11 a 15 de agosto. São do melhor que há no plano religioso e da animação.
Mencione as feiras e eventos de promoção local e territorial, como a ExpoMontemuro, em Cinfães, de 19 a 23 de julho, que pretende mostrar as potencialidades deste concelho; o Festival do Anho Assado e do Arroz de Forno, em Baião, no último fim de semana de julho; e de 18 a 27 de agosto, a Agrival, em Penafiel. Este é um dos eventos marcantes deste território, onde encontra o que de melhor se produz aqui. É composto por um vasto programa de animação.

Além do diversificado património cultural, que justifica a presença humana nestes vales pelo menos desde há cinco mil anos antes de Cristo, recomende aos seus amigos e conhecidos uma visita à Rota do Românico, para que possam descobrir o românico e as raízes do território e de Portugal. Deve também recomendar a visita aos museus de Amarante, Penafiel e de Resende.
Para quem gosta dos tempos medievais, no nosso território realizam-se algumas recriações, como a Feira Medieval em Paços de Ferreira, de 13 a 16 de julho, e Vilela Medieval, em Vilela (Paredes), a 12 e 13 de agosto.
Valorize os nossos vinhos verdes, dos melhores do mundo, os pratos tradicionais (como o Bazulaque, o Bife à Santa Eufémia, o Anho ou o Cabrito assado com arroz do forno ou o Bacalhau à Freixieiro), os doces e sobremesas (como o Pão de ló de Margaride, as Cavacas de Resende, as Fatias do Freixo, os doces conventuais de Amarante, o Biscoito da Teixeira ou a Sopa Seca) que são tão bons como os dos concelhos que está a visitar.
Se os seus amigos forem citadinos, aconselhe um passeio ao vale do Bestança, onde encontrarão um dos rios mais limpos da Europa e a simbiose perfeita entre o Homem, a natureza e o património.
Não se esqueça de referir que este foi um território essencial para a criação de Portugal, é terra de artistas, como Amadeo de Souza-Cardoso e Acádio Lino, de escritores, como Agustina Bessa-Luís e Teixeira de Pascoaes, e de exploradores, como Serpa Pinto.
Como há muito para descobrir, o melhor é recomendar aos seus amigos a deslocação aos postos de turismo do território para obterem mais informações do que devem visitar. Outra sugestão, sendo a proposta de leitura, é o Guia Turístico da Rota do Românico, que contém o que de mais relevante existe do ponto de vista turístico, cultural e patrimonial, nos doze concelhos dos vales do Sousa, Tâmega e Douro.
Boas férias!