Lara Magalhães está prestes a completar o curso profissional de “técnico/a de vitrinismo”, curso que escolheu há três anos e que lhe confere o 12.º ano. O capítulo encerra-se com a prestação das Provas de Aptidão Profissional (PAP), na Escola Básica e Secundária Lousada Oeste, onde frequentou o curso.
Em bom rigor, o derradeiro teste é parte integrante de qualquer curso profissional. Cada aluno tem de apresentar um projeto transdisciplinar a um júri, integrador de todos os saberes e competências aprendidos e desenvolvidos ao longo da formação. No Agrupamento de Escolas Lousada Oeste, as provas para o curso técnico de vitrinismo decorrem esta terça-feira.
Lara está confiante, não só pelo trabalho que traz, mas também porque já conta com uma proposta de trabalho no futuro. A jovem vai integrar a equipa do Lidl de Lousada.
Em entrevista à Vale do Sousa TV, relata que o curso foi “difícil, desafiador”, mas ajudou-a. Acredita que o curso favoreceu a entrada no mercado de trabalho, já que “os recrutadores do Lidl deram muita atenção ao currículo, fazendo muitas perguntas”.

De acordo com o Agrupamento de Escolas Lousada Oeste, o curso de vitrinismo garante “competências para conceber, organizar e executar a exposição e decoração de espaços de venda”. O plano curricular compreende disciplinas socioculturais, científicas e, claro, técnicas, com um estágio incluído. “Uma mais valia”, atira Lara Magalhães.
Igualmente em vitrinismo, Gonçalo Leal é outro dos jovens que tem ainda de prestar provas, de forma a terminar o curso. Mas o estudante, embora satisfeito com o plano de estudos e com o facto de já ter trabalho garantido, não esconde que preferia ter ingressado num outro curso, “o de eletricidade”, acrescenta, “porque tem mais saídas”.
Com efeito, a instituição lembra que, para o próximo ano letivo, estarão disponíveis o curso de técnico/a de instalações elétricas e o curso de técnico/a auxiliar de saúde, duas estreias que prometem atrair vários alunos.

Combater o preconceito
Os professores do Agrupamento de Escolas Lousada Oeste com quem a Vale do Sousa TV falou lamentam o (ainda) preconceito que muitos jovens sofrem quando decidem ingressar no ensino profissional.
Para os docentes, o rótulo que a estes estudantes é atribuído não é justo, nem tampouco coerente com as vantagens à entrada para o mercado de trabalho que os jovens com os cursos de teor mais técnico apresentam face aos que terminaram o ensino secundário pela via científico humanística.
Além disso, lembraram, uma vez concluído o curso profissional, jovens como a Lara ou o Gonçalo podem continuar a formação em universidades.