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Os Centros de Interpretação no Tâmega e Sousa

por Joaquim Luís Costa
Joaquim Luís Costa opinião Vale do Sousa TV
Joaquim Luís Costa
Licenciado em Ciências Históricas, mestre e doutor em Ciência da Informação. Historiador.

Nos concelhos do Tâmega e Sousa, existem inúmeros Centros de Interpretação que permitem a todos nós e a quem nos visita conhecer o nosso património, cultura e/ou os produtos locais. 

Os Centros de Interpretação (ou Interpretativos) são equipamentos situados num espaço integrado ou próximo geograficamente do património (cultural, natural…) ou produto que divulgam e que além de outras atividades que possam realizar, sobretudo educativas, têm como prioridade interpretar e divulgar conhecimento sobre esse património ou produto, com o intuito de o transformar num elemento identitário e num benefício educacional, cultural e/ou turístico.

De lembrar que temos a tendência para confundi-los com os Museus. Mas há elementos que os diferenciam, sendo um deles as coleções. Ao invés dos Museus, os Centros de Interpretação não pretendem colecionar, mas comunicar o valor e o significado desse património ou produto.

Neste âmbito, a nossa sub-região encontra-se bem equipada. Seguem-se alguns exemplos. 

Em Amarante, há o Centro Interpretativo de Memórias da Misericórdia local, o do Vinho Verde e o Centro Interpretativo e Cultural do Marão. Em Baião, temos o Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho, situado no Mosteiro de Ancede, onde pode conhecer diversos espaços recuperados do antigo mosteiro. Castelo de Paiva tem um dedicado à cultura local. Em Celorico de Basto, existe um sobre o Castelo de Arnoia, instalado na antiga escola primária da Aldeia do Castelo, e um Núcleo Interpretativo da linha ferroviária do Tâmega, na antiga estação de Celorico. Em Cinfães, existe um dedicado à Gralheira e outro ao Vale do Bestança. Em Felgueiras, temos um dedicado à Villa Romana de Sendim e o Centro Interpretativo do Mosteiro de Pombeiro que reflete a história deste monumento nacional desde a sua fundação até à atualidade. No Marco de Canaveses, o Centro Interpretativo de Tongóbriga ilustra o modo de vida de quem aqui viveu aquando do Império Romano. Paços de Ferreira tem o Centro Interpretativo da Citânia de Sanfins. Em Penafiel, temos um focado na Aldeia de Quintadona. Na terra das Cerejas, Resende, há um dedicado ao fruto – o Centro Interpretativo da Cereja – ao qual se juntam os centros interpretativos da Cerâmica e o de Montemuro. 

De elogiar o Centro de Interpretação do Românico, em Lousada, premiado com vários prémios museográficos e arquitetónicos, e o Centro de Interpretação da Escultura Românica, em Abragão, ambos direcionados para a divulgação das nossas origens medievais e românicas.

No passado mês de julho, abriu em Veade, no concelho de Celorico de Basto, o Centro Interpretativo da Igreja de Veade. Promovido pela Associação de Municípios do Douro e Tâmega e com a colaboração do Município celoricense, da Rota do Românico, da Junta de Freguesia e da Paróquia de Veade, o novo espaço pretende divulgar a história e as transformações artísticas da igreja ao longo dos tempos e a sua relação com o território.

Centro Interpretativo da Igreja de Veade

A par com os Museus municipais, os Centros de Interpretação (ou Interpretativos) contribuem sobremaneira para conhecer um pouco mais a história, a cultura, os produtos locais e, já agora, a alma dos concelhos do Tâmega e Sousa. 

Perante tanta oferta, e de elevada qualidade, não deixe de os visitar. 

Como sugestão de leitura, recomendo Centros Interpretativos: técnicas, espaços, conceitos e discursos, editada em 2019, pela então Direção Regional de Cultura do Norte, e que reúne textos sobre diversos centros interpretativos do norte de Portugal.

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