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A divulgação cultural e científica pelos municípios

por Joaquim Luís Costa
Joaquim Luís Costa opinião Vale do Sousa TV
Joaquim Luís Costa
Licenciado em Ciências Históricas, mestre e doutor em Ciência da Informação. Historiador.

Apresentam-se publicações municipais que promovem periodicamente a divulgação cultural e o conhecimento científico na sub-região do Tâmega e Sousa e em Paredes.

Podemos definir “política” como a arte de governar, sendo a atividade que procura a organização e administração de uma sociedade no seu todo. Os autarcas, com base no seu programa, sufragado em eleições, tomam as opções que acham as mais adequadas para os seus munícipes. De uma forma geral, as opções recaem sobretudo em infraestruturas. 

Como a política é a arte de governar para uma sociedade no seu todo, os executivos municipais dão igualmente relevo a vertentes que também fazem parte da sociedade, nomeadamente a cultura, mediante equipamentos (arquivos, bibliotecas, casas da cultura, museus, teatros…) e atividades (espetáculos, concertos, edição de monografias…). Mas, sejamos corretos: investe-se pouco na cultura e menos ainda na ciência. Há municípios que não conseguem publicar um livro sobre a história do seu concelho! São opções políticas legítimas que se devem respeitar. Porém, não significa que concordemos com essas opções.

Na minha opinião, as autarquias poderiam fazer melhor e de forma mais frequente. Devo lembrar que a qualidade de vida num concelho deve passar por todos os aspetos da vida dos munícipes, nos quais se incluem a divulgação cultural e a comunicação de conhecimento científico sobre o concelho. Por exemplo, através de publicações periódicas. Para demonstrar que é possível, apresento os casos das autarquias de Lousada e de Paredes, com as revistas Oppidum, Lucanus e Orpheu Paredes.

A revista Oppidum tem como objetivo a partilha dos resultados de trabalhos científicos com o público em geral e em particular com os Lousadenses. Está aberta a colaborações científicas com o propósito de fomentar a comunicação entre investigadores e profissionais das áreas da Arqueologia, da História e do Património, assim como de outras áreas científicas conexas, contribuindo para a divulgação e conhecimento da história local e regional. É uma revista anual, editada desde 2006, com 14 números publicados e dois especiais. 

Contando com a colaboração do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, a Lucanus – Revista de Ambiente e Sociedade é uma publicação técnico-científica que visa promover o intercâmbio de conhecimento e de novas perspetivas nos domínios do Ambiente, Ecologia, Conservação dos Recursos Naturais, Educação Ambiental e da Comunicação da Ciência. De caráter anual, editada desde 2017, conta atualmente com sete volumes publicados.

O outro exemplo chega-nos de Paredes, com a revista Orpheu Paredes, inserida na ampla atividade cultural da Câmara Municipal. Esta publicação, plural nos conteúdos e nas colaborações, reflete o desejo de chegar aos mais variados públicos, abordando todas as áreas culturais, desde a História, Património Material e Imaterial, Poesia, Pintura, Escultura… Editada desde 2019, conta com seis edições e quatro suplementos sobre figuras históricas deste concelho.

Estas três revistas são do que de melhor se faz no âmbito municipal para a divulgação regular de cultura e conhecimento científico no nosso território e num concelho vizinho. Era excelente se outras autarquias também o fizessem. Devemos saber seguir as melhores práticas.

Como sugestão de leitura, recomendo que visitem os sítios eletrónicos das autarquias citadas, pois estas revistas, além de serem editadas em formato impresso, estão igualmente disponíveis digitalmente, em livre acesso, para quem as quiser ler e enriquecer-se cultural e cientificamente. 

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