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A divulgação cultural e científica pela Rota do Românico

por Joaquim Luís Costa
Joaquim Luís Costa opinião Vale do Sousa TV
Joaquim Luís Costa
Licenciado em Ciências Históricas, mestre e doutor em Ciência da Informação. Historiador.

Evidenciámos o trabalho da Rota do Românico na divulgação de cultura e ciência.

No mês passado, escrevemos sobre a necessidade dos municípios promoverem a divulgação cultural e o conhecimento científico, sendo dados os exemplos de Lousada e de Paredes. 

Um outro caso exemplar é a Rota do Românico.

Este projeto turístico-cultural – germinado, em 1998, no seio dos concelhos da Associação de Municípios do Vale do Sousa (Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel), e alargado, em 2010, aos restantes municípios da NUT III – Tâmega e Sousa (Amarante, Baião, Celorico de Basto, Cinfães, Marco de Canaveses e Resende) – pretende contribuir para o desenvolvimento sustentado do território dos vales do Sousa, Douro e Tâmega através da valorização do património cultural e arquitetónico românico (do século XI ao XIV), criando um produto turístico e cultural de excelência que integra 58 monumentos e três centros de interpretação/interpretativos, em Lousada, Abragão e Veade.

Neste âmbito, para se dar a conhecer às comunidades locais e aos visitantes e turistas o legado histórico e patrimonial românico e abrir novas perspetivas para compreender a evolução desse território ao longo dos tempos, a produção e a divulgação de cultura e ciência são fundamentais. 

Assim, a par das visitas aos 58 monumentos românicos e das inúmeras atividades educativas e culturais efetuadas, a Rota do Românico tem apostado em conteúdos nos domínios em análise. 

A criação do Centro de Estudos do Românico e do Território (CERT), para fomentar a investigação científica, veio reforçar ainda mais essa intenção.

Até ao momento, a Rota do Românico e o CERT publicaram cerca de três dezenas de obras. 

A obra Caminho do Encanto, no seguimento do projeto Palcos do Românico, o álbum Cuidadores do Património, no qual se realça através da fotografia a relação entre o cuidador e o seu monumento, ou a obra Verso do Bago,que evoca o vinho através da literatura, são exemplos de trabalhos culturais.

Os três tomos monográficos sobre os 58 monumentos da Rota ou as 14 publicações temáticas fundamentadas no românico e no território – sobre pintura mural, panteões funerários, simbologia românica, aristocracia medieval, entre outras – são exemplos da produção e disponibilização de conhecimento científico.

De destacar também a criação, em 2019, do Repositório RR|CERT no âmbito do Repositório Comum da RCAAP – Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal, através do qual se divulgam os resultados de investigações e se preserva a memória científica da instituição. 

Se às publicações da Rota do Românico e do CERT juntarmos as publicações periódicas editadas pelos municípios, citadas em anterior comentário, concluímos que há margem para se trabalhar e publicar obras culturais e científicas. De recordar que o território dos vales do Sousa, Douro e Tâmega é um dos mais antigos e com mais história em Portugal. Mas, possivelmente, essa riqueza não está a ser eficazmente aproveitada pelas instituições públicas para o bem dos munícipes. Uma das exceções é a Rota do Românico.

Como sugestão de leitura, recomendo a visita aos centros de interpretação da Rota do Românico onde poderá consultar esse material ou, em alternativa, visitar os sítios eletrónicos da Rota do Românico e do Repositório RR|CERT onde encontrará essa documentação em formato digital. 

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