
Joaquim Luís Costa
Licenciado em Ciências Históricas, mestre e doutor em Ciência da Informação. Historiador.Durante este mês, Paredes dá a conhecer a 7.ª edição da revista cultural Orpheu Paredes.
Num comentário anterior, de setembro de 2024, já tinha mencionado, embora de forma breve, esta revista como uma das melhores da região. Mas como temos de saber reconhecer a qualidade onde a há, optei por voltar a escrever sobre a publicação.
A Orpheu Paredes é uma revista interessante pelos mais variados motivos. Apresento alguns.
A continuidade. Todos nós, ou quase todos, conhecemos publicações municipais de âmbito cultural (estou a referir-me apenas às que cobrem conhecimento e cultura) que são editadas uma vez, duas vezes e depois não chegam à terceira ou passam a edições irregulares. São ideias efémeras que ficam pelo caminho ou que são editadas aos “solavancos”, por muita qualidade que tenham. A Orpheu Paredes está a contrariar esta ideia. Tem sido editada ininterruptamente, sendo que vai entrar no seu sétimo ano, o que significa que há um pensamento consolidado na área cultural.
A diversidade. Por vezes, quando se publica uma revista, os editores procuram um nome importante ou aquele professor de prestigiada universidade para escrever um texto para atrair público ou para criar impacto… Esta situação pode ser o resultado de diversos razões – desejar o que é apenas sonante ou desconhecer os talentos artísticos e literários desse concelho. Esta revista é diferente porque há diversidade: temos os grandes estudiosos e os que, simplesmente, gostam de escrever sobre determinado assunto. É uma política editorial excelente!
A pluralidade. Nesta publicação, nota-se a preocupação com a variedade cultural, não se esquecendo as mais variadas ciências e as artes com expressão concelhia, como a história, a arqueologia, a música, a poesia, a escultura, a pintura, entre outras. Ao se optar por se fazer desta maneira, evidencia-se, por um lado, que todas as áreas do conhecimento e todas as artes têm a mesma relevância e, por outro, demonstra-se que o concelho é rico cultural e artisticamente. Este modo de intervir é bom para a imagem interna e externa de Paredes.
O cuidado gráfico. Esteticamente, foge à versão tradicional das revistas municipais. Por exemplo, as capas são arrojadas, dentro do espírito artístico de interpretar o mundo com outros olhos… Também denota cuidado na escolha do tipo de papel e na impressão.
Os conteúdos. O mais importante numa publicação. Devemos avaliar tudo o que envolve a criação de uma revista, mas os conteúdos são sem margem para dúvida a componente principal. Neste aspeto, a revista tem sido admirável, sendo uma forma de se conhecer a história e a cultura de Paredes nos mais variados níveis. A existência de suplementos, neste caso sobre figuras históricas, também ajuda nessa missão.
No momento em que escrevo este texto (finais de fevereiro), a sétima edição, de 2025, ainda não foi publicada, pois acontece a 7 de março, com cerimónia no Centro Cultural de Paredes. Contudo, e sem conhecer globalmente o seu conteúdo, certamente a nova edição manterá a qualidade que nos tem habituado.
Como é de esperar, recomendo para leitura a aquisição desta 7.ª edição na versão impressa ou o seu descarregamento na versão eletrónica no sítio da Câmara Municipal de Paredes, quando estiver disponível. Neste mesmo sítio, encontra as edições anteriores.