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A importância dos geradores: o que o último apagão nos ensinou

por Paulo Freitas do Amaral
Paulo Freitas do Amaral opinião Vale do Sousa TV
Paulo Freitas do Amaral
Professor de História

Não sou especialista em eletricidade, nem em sistemas de retoma energética, mas há algo que posso afirmar com convicção: durante o recente apagão de segunda-feira, o minimercado da minha terra fez toda a diferença. Enquanto supermercados de grandes cadeias encerravam portas, as bombas de combustível deixavam de funcionar e os telemóveis perdiam rede e bateria, aquele pequeno estabelecimento manteve-se aberto graças a um simples gerador. E foi esse gerador que garantiu o essencial à população local.

Esta situação veio mostrar, mais uma vez, que são os recursos locais, muitas vezes modestos, que asseguram a continuidade em tempos de crise. A presença de um gerador não é um luxo — é uma necessidade que pode fazer a diferença entre o caos e a estabilidade.

É por isso que a aquisição e distribuição de geradores deve passar a constar dos orçamentos das autarquias, com articulação com a Proteção Civil. Se as bombas de gasolina, os supermercados, os centros de saúde e outras entidades essenciais estivessem munidos de geradores, os efeitos do apagão teriam sido bastante mais reduzidos.

Em vários países, incluindo zonas de conflito como a Ucrânia, é prática comum distribuir não só geradores, mas também kits de emergência com lanternas, rádios a pilhas, powerbanks, cobertores térmicos e outros bens básicos. Portugal precisa de adoptar estas estratégias de forma séria e estruturada.

É claro que a resolução das falhas nacionais nos sistemas de fornecimento e reinício da eletricidade deve ser debatida e tratada com urgência. Mas a verdade é que, no terreno, a resposta imediata depende das autarquias e da capacidade de atuação local. Falo com conhecimento de causa, tendo desempenhado funções como Presidente de Junta — e sei bem o impacto que uma junta preparada pode ter em momentos críticos.

A mensagem é simples: preparar localmente é proteger nacionalmente. Geradores e kits de emergência devem deixar de ser exceção e passar a ser regra.

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